Conheça os objetivos do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV

O curso visa proporcionar a profissionais com formação em Ciências Agrárias e áreas afins a fundamentação teórica e reciclagem de conhecimentos no âmbito da Defesa Sanitária Vegetal, induzindo-os ao pensamento crítico e à produção de generalizações com base no raciocínio científico, visando facilitar e ampliar as suas atividades profissionais e incremento de sua produtividade.

O Mestrado Profissional também tem como objetivo a busca de parcerias com os setores público e privado, o que resultará numa maior aproximação entre o conhecimento científico e as necessidades do país na área de Defesa Sanitária Vegetal, trazendo melhorias no bem-estar da sociedade brasileira pela rápida difusão das tecnologias geradas.

O Mestrado Profissional atua em duas áreas básicas: defesa sanitária vegetal e comércio exterior/barreira alfandegárias.
  • Defesa sanitária vegetal:  entomologia (insetos e ácaros), fitopatologia (fungo, vírus, bactérias) e manejo de plantas não cultivadas (plantas daninhas).
  • Comércio exterior: fluxo e trânsito de cargas pelo mundo (levando e trazendo pragas) e estudo das contenções dessas pragas por meio de barreiras alfandegárias (taxas e valores) e não alfandegárias (restrições legais).

Trabalho sobre amostragem de tripes em cultivos de melancia é publicado em revista científica de alto impacto

Diferente de um mestrado acadêmico, cujo foco é a pesquisa, no mestrado profissional o viés é tecnológico. Entretanto, quando o trabalho desenvolvido é de grande relevância, a pesquisa científica também pode ganhar destaque num curso de pós-graduação com viés tecnológico. Foi por isso que o mestre em Defesa Agropecuária Vegetal Cleovan Barbosa Pinto publicou um artigo, fruto da sua dissertação, na Journal of Economic Entomology, revista científica de alto impacto para a área de Ciências Agrárias. Cleovan desenvolveu a sua dissertação sobre amostragem de tripes Frankliniella schultzei em cultivos de melancia. O plano de amostragem determinado no seu trabalho possibilita colocar em prática a avaliação das populações de F. schultzei, importante praga nos cultivos de melancia no Brasil.

Para desenvolver a sua dissertação, Cleovan contou com a participação de pesquisadores da UFV e da Universidade Federal de Tocantins (UFT) – Campus Gurupi. Na UFV, ele contou com a orientação do professor Marcelo Coutinho Picanço. Em Tocantins, o trabalho foi liderado pelo professor Renato Almeida Sarmento e envolveu vários estudantes de graduação, mestrado e doutorado da UFT. O trabalho foi realizado em cultivos comerciais de melancia em Formoso do Araguaia (TO), nos anos de 2014 e 2015.

De acordo com Cleovan, “primeiro foram selecionadas a amostra e a técnica de amostragem. Posteriormente, foi determinado o número de amostras a compor o plano de amostragem. A folha 1 (mais apical do ramo) foi o melhor ponto para amostragem de F. schultzei em plantas de melancia nos estágios: vegetativo, floração e frutificação. A contagem direta dos insetos na folha 1 foi a melhor técnica para amostragem de F. schultzei. O número ideal de amostras para compor o plano de amostragem foi 69 amostras por talhão. Esse plano de amostragem teve duração de 38 minutos e custo de R$ 4,51 por amostragem. Portanto, o plano de amostragem do tripes F. schultzei determinado possibilita a avaliação das populações dessa praga em cultivos de melancia de forma prática, já que ele é simples, rápido e de baixo custo”.

  • Qualificação

 

Graduado nos cursos de Agronomia (2006) e Engenharia de Segurança do Trabalho (2015), Cleovan é inspetor de defesa agropecuária da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (Adapec – TO), autarquia responsável por promover a vigilância, normatização, fiscalização, inspeção e a execução das atividades ligadas à defesa animal e vegetal. Lotado na central da Adapec, que fica localizada na capital do estado, Palmas (TO), Cleovan ocupa atualmente o cargo de responsável técnico do Programa Estadual de Grandes Culturas.

O inspetor da Adapec concluiu o Mestrado Profissional em Defesa Agropecuária Vegetal da UFV em 2016 e avalia que o curso lhe proporcionou pleitear cargos que antes ele não se via em condições de exercer. “O Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal me proporcionou muitas coisas boas. A primeira foi o conhecimento que adquiri, passando a ver as coisas sob uma nova ótica, tanto na vida profissional, quanto na vida pessoal. O mestrado profissional também me proporcionou um crescimento dentro do meu serviço, onde atualmente sou responsável pelo Programa Estadual de Grandes Culturas da Adapec, agência onde sou concursado desde 2013”.

Confira a relação dos candidatos selecionados

Nesta quinta-feira, dia 15, foi divulgado o resultado da seleção de candidatos ao Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV. Confira a seguir:

  • Candidatos selecionados:

Eliana Aparecida Silva

Filipe Tiago Lozano de Lacerda

Francisco Camargo de Oliveira

Gilson Gonçalves Xavier

Hemerson Lourenço Silva Freitas

Leandro de Almeida Resende

Matheus Tomé de Sousa

Maykon Dias Cezário

Nahelton Cardoso Bezerra

Nelson Novais Júnior

Renata Priscila de Oliveira Paula

Verônica Aparecida Fregonez

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  • Candidatos não selecionados:

Ana Gertrudes Gonçalves Cantanhede

Anecilene Cintia Buzaglo

Caio Cesar Simão

Carlos Alexandre Gonçalves

José Coriolano Leite de Lacerda

Joyce Mariana Pereira

Lívia Fernanda Lavrador Toniasso

Natalia Lázara Gouveia

Roberto Carlos Razera Papa

Sarah Gimenes Castilho

Shirley Aparecida da Silveira

Yuri Ida Benevides

Dissertação avalia sucesso do programa de erradicação da praga quarentenária Cydia pomonella no Brasil

Em 2014, o  Ministério da Agricultura reconheceu oficialmente a erradicação da Cydia pomonella no estado de Santa Catarina e declarou o Brasil como livre dessa praga quarentenária. A C. pomonella é uma das principais pragas de importância econômica que atacam plantios de maçã no mundo e teve a sua presença constatada no Brasil nos anos 90, no sul do país. A sua erradicação no Brasil foi um marco, pois o estabelecimento da C. pomonella traria grandes prejuízos ao setor produtivo da maçã. Diante disso, o engenheiro agrônomo Silvio Luiz Rodrigues Testaseca escolheu como tema da sua dissertação no Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV, o Programa Nacional de Erradicação da Cydia pomonella (PNECP).

Defendida em 2013, sob a orientação do professor da UFV Orlando Monteiro e coorientação de Angela Pimenta Peres e Adalécio Kovaleski, a dissertação “A situação da Cydia pomonella no Cone Sul: avaliação das normas e do programa nacional de erradicação no Brasil” oferece um panorama do desenvolvimento do PNECP. Considerando aspectos ambientais, econômicos e sociais, foi realizada revisão bibliográfica sobre normas que tratam do tema, procedimentos utilizados e entrevistas com atores da cadeia produtiva no Brasil e na Argentina, país com a praga disseminada.  O Brasil possui determinadas exigências para a importação de maçãs, peras e marmelos – hospedeiros da praga – daquele país.

De acordo com o autor do trabalho, “existia a percepção entre os entrevistados de que o sucesso do Programa Nacional de Erradicação foi decorrente do esforço conjunto de diversos setores da cadeia produtiva e instituições envolvidas. Outra conclusão foi a informação de que as capturas da praga no país diminuíam ano a ano. E concluiu-se ainda que o Sistema de Mitigação de Risco implementado na Argentina, após o fechamento das importações da fruta pelo Brasil, foi fundamental para o controle da praga no nosso país”.

Aprendizado dentro e fora da sala de aula

Formado no ano de 1987, em engenharia agronômica pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”ESALQ/USP, Silvio atua no Serviço de Inspeção e Sanidade Vegetal (SISV), na Superintendência Federal de Agricultura em Santa Catarina, do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “Dentre as atividades da área de Sanidade Vegetal, realizamos credenciamento e fiscalização de empresas que realizam tratamentos fitossanitários com fins quarentenários; levantamentos e monitoramento de pragas quarentenárias; emissão de pareceres de importação e exportação; e participação em grupos de trabalho relativos a pragas quarentenárias”.

Silvio destaca: “Acredito que o Mestrado colaborou com minha aprovação, em 2017, juntamente outros 34 auditores fiscais federais agropecuários, para compor o Quadro de Acesso para Adidos Agrícolas, da Secretaria de Relações Internacionais do MAPA”. De acordo com informações divulgadas pelo MAPA, “as atribuições de um adido agrícola abrangem a diversidade de assuntos técnicos da agricultura no mundo. Entre suas tarefas mais relevantes estão a busca por melhores condições de acesso a produtos do agronegócio, análises e estudos sobre as políticas agrícolas e legislações de interesse da agricultura brasileira. Outras atividades envolvem a participação brasileira em eventos de interesse do agronegócio, questões sanitárias e fitossanitárias, cooperação na área agrícola, além de políticas ambientais, de combate à fome e de desenvolvimento rural”.

O engenheiro agrônomo avalia que a principal contribuição do Mestrado Profissional para a sua carreira “foi em relação à atualização e aprofundamento de conhecimentos técnicos e em relação a estar mais disciplinado para minha atuação, com mais recursos acadêmicos, já que a minha graduação foi em 1987. Também tem a importância do mestrado no reconhecimento do esforço pelos demais colegas e administração geral do MAPA e seus clientes, uma vez que a formação acadêmica por uma universidade como a UFV permite crescimento profissional relevante”.

Além disso, o auditor fiscal do MAPA, natural do estado de São Paulo, destaca algumas vivências prazerosas oportunizadas pelo curso: “Um dos principais fatos é o da convivência com diversos outros colegas do MAPA, os quais eu não tinha proximidade, e que sempre gera discussões e conhecimentos positivos. O mesmo acontece em relação aos professores, uma vez que, mesmo após o término do curso, sempre que procurei um ou outro mestre, foi produtivo e prazeroso tal contato. Também não poderia deixar de citar o fato de que participar do mestrado na UFV permitiu que eu pudesse conhecer praticamente toda a região das cidades históricas de Minas Gerais, estado pelo qual tinha um grande apreço e que hoje me traz boas lembranças” – finaliza.